A onça-pintada, o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, superado apenas pelo tigre e pelo leão, é uma figura solitária e majestosa que se destaca como a última sobrevivente do gênero Panthera no continente americano.
Distribuição e habitat
Cientificamente conhecido como Panthera onca, esse felino é distribuído na América desde o norte do México até a Argentina, onde é conhecido pelos nomes comuns de Jaguar ou Jaguar, que deriva da palavra indígena guarani que significa “a verdadeira besta”.
Atualmente, a onça-pintada pode ser encontrada em 18 países do continente americano, tendo a maior concentração na floresta amazônica do Brasil. No entanto, acredita-se que a onça-pintada ocupe atualmente apenas 50% da área de distribuição original da espécie e tenha sido extinta em El Salvador e no Uruguai.
O habitat da onça-pintada é tipicamente caracterizado por densa cobertura florestal, principalmente floresta primária e secundária, como a floresta amazônica ou as yungas, embora também possam habitar áreas úmidas como o Pantanal no Brasil, incluindo florestas tropicais secas, habitats xéricos secos como o Gran Chaco na Argentina.
A relação da onça-pintada com a água é fundamental para sua sobrevivência, pois é a espécie do gênero Panthera mais associada a esse elemento. Isso se reflete nas maiores concentrações de onças-pintadas em florestas tropicais úmidas. No entanto, essa característica também os coloca em conflito com a expansão da agricultura de alta intensidade, pois compartilham a necessidade de acessar fontes de água próximas para irrigação.
Destaques sobre a onça-pintada:
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Maior carnívoro das Américas: A onça-pintada é o maior felino carnívoro encontrado nas Américas, com uma constituição poderosa que o torna um predador formidável.
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Terceiro maior felino do mundo: Globalmente, a onça-pintada ocupa o terceiro lugar em tamanho entre os felinos, sendo superada apenas pelo leão e tigre.
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Última Panthera da América: A onça-pintada é a última representante do gênero Panthera nas Américas, tornando-se um tesouro da biodiversidade do continente.
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Peso e tamanho: As onças-pintadas adultas podem pesar entre 40 e 110 quilos e medir até 2 metros de comprimento, incluindo a cauda que pode chegar a 80 centímetros.
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Mordida poderosa: A onça tem a mordida mais poderosa de todos os felinos. Sua mandíbula é capaz de perfurar o crânio ou o casco de tartarugas com facilidade, tornando-se um predador formidável.
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Significado de Jaguar: A palavra “Yaguarete” vem da língua guarani e se traduz como “a verdadeira besta”.
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Nadador habilidoso: Apesar de ser um felino, a onça-pintada é um nadador habilidoso e pode atravessar rios e lagoas com facilidade.
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Comportamento solitário: A onça-pintada é conhecida por ser uma caçadora solitária e prefere a solidão em seu estilo de caça.
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Grandes territórios: Dependendo do tipo de clima e da disponibilidade de recursos, uma onça-pintada macho pode precisar de uma faixa de território de até 250 quilômetros quadrados para encontrar presas suficientes e manter seu domínio.
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Longevidade: As onças-pintadas podem viver entre 12 e 15 anos na natureza.
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Mestre da Camuflagem: A pele da onça-pintada, com manchas escuras em um fundo dourado ou amarelo, proporciona-lhe uma camuflagem incrível em seu ambiente de selva.
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Diferença com leopardos: As onças-pintadas são frequentemente confundidas com leopardos, mas a diferença está nas manchas. As onças-pintadas têm pequenas manchas pretas no interior de suas rosetas, enquanto os leopardos têm manchas sólidas sem essas manchas.
Ameaças
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a onça-pintada está listada como uma espécie em status “quase ameaçado“. O desmatamento, a caça ilegal e o conflito homem-onça-pintada são as principais ameaças a essa espécie.
O desmatamento está intimamente relacionado à expansão da agricultura industrial na América Latina. Entre 2000 e 2010, essa atividade foi responsável por 80% do desmatamento na região. Como resultado, os habitats naturais da onça-pintada são reduzidos e fragmentados, o que, por sua vez, leva à perda de conectividade entre as populações de onça-pintada. Esses corredores de conectividade, cruciais para a sobrevivência a longo prazo da espécie, muitas vezes estão localizados fora de áreas protegidas e são vulneráveis a impactos humanos.
Essa perda de conectividade é observada em nível local e regional, com exemplos preocupantes, como o quase desaparecimento da conectividade do habitat da onça-pintada entre Honduras e Guatemala, bem como perdas semelhantes no Chaco, Iguaçu e Mata Atlântica, e entre Tamaulipas e Veracruz.
A caça furtiva e o comércio ilegal de partes do corpo da onça-pintada, bem como as mortes causadas por conflitos entre humanos e onças-pintadas devido à predação de gado e à competição por carne de caça com caçadores humanos, são ameaças adicionais. O aumento da pressão sobre a vida selvagem como fonte de alimento aumenta o risco para a onça-pintada, especialmente em países pouco povoados, onde a expansão da agricultura, da indústria e da urbanização fragmenta ainda mais seu habitat e facilita o acesso à vida selvagem para a caça.
Essa situação já levou à extinção de populações de onças-pintadas em países como El Salvador, Uruguai e Estados Unidos. Mesmo em áreas supostamente protegidas, as onças-pintadas frequentemente sofrem impactos humanos, incluindo a caça ilegal. A vulnerabilidade da espécie à perseguição é ilustrada por seu desaparecimento no sudoeste dos Estados Unidos em meados do século 20.
Conservação da onça-pintada através de nossos projetos de REDD+
A conservação da biodiversidade é um dos nossos pilares fundamentais.
Desde 2019, trabalhamos para proteger mais de 50.000 hectares de floresta nativa na floresta amazônica por meio do projeto Western Amazon Grouped REDD+. Nosso foco é criar estratégias eficazes para conter a expansão da agricultura insustentável, um fator que ameaça seriamente o habitat da onça-pintada.
Em 2021, demos um passo significativo ao iniciar as atividades do primeiro projeto de REDD+ na Argentina, o projeto Selva de Urundel, onde protegemos mais de 40.000 hectares de floresta nativa nos Yungas. Em colaboração ativa com as comunidades locais e em estreita cooperação com alguns parques nacionais, nos esforçamos para prevenir incêndios, acabar com o desmatamento e combater atividades ilegais, como a caça.
Nosso trabalho nesses ecossistemas não se limita à preservação, mas também inclui um levantamento completo da vida selvagem e amostragem de campo. Esta pesquisa enriqueceu significativamente nossa compreensão da biodiversidade nessas regiões, fortalecendo nossos esforços de conservação e permitindo-nos proteger de forma mais eficaz a valiosa diversidade biológica que caracteriza essas áreas, tão essenciais para o desenvolvimento da onça-pintada.
Da mesma forma, buscamos ampliar nossos projetos com o objetivo de criar corredores biológicos, que permitam que a fauna silvestre circule livremente em um ambiente seguro e propício ao seu desenvolvimento natural.
Dentro de nossas atividades de conservação, destacamos a instalação de armadilhas fotográficas que nos permitem monitorar a fauna. Nossos técnicos estão trabalhando duro, indo fundo na selva para coletar material valioso. Graças a essas câmeras, tivemos o privilégio de avistar a majestosa onça-pintada, o que ressalta a imensa importância da preservação desses ecossistemas.
Jaguar sighted in Selva de Urundel project © Carbon Credits Consulting